Nosso violeiro nato
Enfrenta uma luta dura
No meio da nossa classe
Tem malandro com fartura
No nome do sertanejo
Muita gente se segura
E pra música de fora
Dão apoio e cobertura
Usa toda essa trama
Para sair da pendura
É essa a realidade
É assim o nosso meio
O nosso rádio tá cheio
De homens sem compostura
Os programas de TV
O caboclo desconjura
O som da nossa viola
Só se ouve na abertura
Nas paisagens do sertão
Só aparece as gravuras
Quando o programa começa
Tudo muda de figura
Aparece os cantadores
Remexendo a cintura
São os falsos sertanejos
Com a guitarra na mão
Canta em nome do sertão
Sujando nossa cultura
Essa praga estrangeira
Abalou nossa estrutura
Mas o violeiro é teimoso
E não entrega a rapadura
Com a viola no peito
Vai lutando com bravura
Tudo que é bom sempre fica
O que não presta pouco atura
Essa música moderna
Está perto da sepultura
Cada violeiro é um rochedo
Pedra firme que não rola
Vai colocar a viola
Novamente nas alturas